Leite estragado era vendido no PR

PARANÁ   SAÚDE    Operação Leite Compen$ado, deflagrada pelo MP-RS, descobriu que a Confepar, de Londrina, comprava o produto adulterado do ...

PARANÁ  SAÚDE  


Operação Leite Compen$ado, deflagrada pelo MP-RS, descobriu que a Confepar, de Londrina, comprava o produto adulterado do Rio Grande do Sul.

Blog em 12/06/14 – Com Amanda de Santa, do JL, eAgência RBS

Depois de ser acusada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), no ano passado, de comandar um esquema de adulteração de leite naquele estado, a Confepar Agro-Industrial Cooperativa Central, fabricante de leite UHT e derivados da marca Polly com sede em Londrina, agora é investigada por comprar milhões de litros de leite cru estragado para comercializar no Paraná.

Na sexta fase da Operação Leite Compen$ado, deflagrada pelo MP-RS ontem, um mandado de prisão seria cumprido no Paraná. Não há informações, no entanto, se essa prisão ocorreria em Londrina ou em outra cidade do estado. Quatro pessoas foram presas no Rio Grande do Sul e 16 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em 11 cidades gaúchas. A Justiça de Santo Augusto (RS) autorizou a apreensão de 24 caminhões utilizados para transportar leite adulterado nessas cidades.

Confepar garante a qualidade do leite

Em nota, a Confepar reiterou que é “terminantemente contra qualquer tipo de adulteração no leite”. A cooperativa londrinense também afirmou que “sempre prezou pela qualidade dos produtos, fazendo diariamente todas as análises, por mais de 32 anos, garantindo assim a qualidade final dos produtos da marca Confepar.” A cooperativa destacou também que sempre colaborou com as investigações do Ministério Público do Rio Grande do Sul e se colocou à disposição da promotoria para esclarecimentos.

A Confepar é uma das cooperativas credenciadas pelo Programa Leite das Crianças, do governo estadual, projeto que distribui leite diariamente a crianças de 6 a 36 meses. Em julho do ano passado, logo após as primeiras denúncias, uma comissão visitou as instalações da cooperativa em Londrina. Segundo relatório da visita técnica, a comissão não encontrou irregularidades.
O leite adquirido de produtores do Rio Grande do Sul tem como destino a unidade de concentração (retirada de parte da água) situada em Pato Branco e de lá é transportado para a fábrica de leite em pó em Londrina, assim, garantiram e tranquilizaram os integrantes do Programa Leite das Crianças de que esse leite não foi e nunca será utilizado para a produção de leite pasteurizado, onde, inclui-se o destinado ao Programa Leite das Crianças”.
Entre os presos na operação está o responsável pela captação no posto de resfriamento da Confepar em São Martinho, Fernando Júnior Lebens. Também foram detidos o presidente da Cooagrisul, Alcenor Azevedo dos Santos, de Taquaruçu do Sul, apontado como comprador de ureia no mesmo período em que entregou leite adulterado no posto da Confepar; o transportador de leite Diego André Reichert, de Campina das Missões; e Cleomar Canal, um dos sócios da Transportes Três C, de Ibirubá. Este último já foi denunciado pelo mesmo crime na primeira fase da operação, em maio de 2013, e respondia o processo em liberdade.

Participaram da operação 70 integrantes do MP-RS, da Brigada Militar, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Receita Estadual.

O esquema
Para o Ministério Público, as investigações mostraram que a Confepar tem conhecimento de que adquire o produto adulterado. “É importante salientar que a Confepar sabia que estava recebendo produto impróprio para o consumo”, frisou o promotor Mauro Rockenbach, em entrevista coletiva. A estimativa do MP-RS é de que o volume total do produto transportado do Rio Grande do Sul para o Paraná pode chegar a 7,3 milhões de litros por mês. Tudo teria sido comercializado apenas no Paraná.

Segundo o promotor de Defesa do Consumidor do MP-RS, Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, o posto de resfriamento da Confepar em São Martinho pagava mais barato no leite velho adquirido de produtores locais, o que caracterizava uma concorrência criminosa com outras cooperativas do Rio Grande do Sul.

Já na unidade de São Martinho, 60 amostras de leite analisadas pelo Ministério da Agricultura foram consideradas impróprias para consumo. Questionado sobre os testes realizados em amostras de leite coletadas na sede da Confepar em Londrina, que tiveram resultado “satisfatório”, segundo o Laboratório Central do Paraná (Lacen), o promotor explicou que, quando diluídos em grandes quantidades, os componentes podem desaparecer nas análises.

Produto ainda está à venda no mercado
O promotor de Defesa do Consumidor do MP-RS Alcindo Luz Bastos da Silva Filho disse que, comprovadas as irregularidades, cabe agora ao Ministério da Agricultura pedir a retirada dos produtos – leite e derivados da marca Polly – dos supermercados do Paraná. O órgão informou que só responderia a respeito do caso a partir de hoje. A diretora da Vigilância Sanitária em Londrina, Denise Nunes, informou que o órgão só poderá retirar os produtos do varejo quando for notificado pelo Ministério da Agricultura.


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